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São Paulo, SP, Brazil
Estudante do 8º semestre de Jornalismo da Faculdade Presbiteriana Mackenzie. Além de trabalhar no Planeta Disney, vocês podem também conferir o meu trabalho no site CINEMA COM RAPADURA, no PIPOCA COMBO e no ANIMATIONS FÓRUM.

domingo, 7 de outubro de 2007

Critica: O Mar Não Está Prá Peixe

Sono, tédio, cansaço e vontade de desligar o aparelho de DVD foram as sensações que senti durante todo o tempo em que perdi para assistir a animação "O Mar Não Está Prá Peixe", que não trás nenhuma inovação e mais parece um apanhado de grandes sucessos do cinema.


Sendo produzido pelos estúdios Wonderworld Studios, FX Digital e Digiart Productions, “O Mar Não Está Prá Peixe" chegou aos cinemas brasileiros em janeiro de 2007 e apenas conseguiu um pouco de destaque na mídia por trazer em seu elenco de dubladores nacionais nomes como os de Felipe Dylon (como Pê), Grazielli Massafera (como Cordélia) e Tom Cavalcante (como Troy), por sinal três famosos que acabaram afundando literalmente mais o animado do que ajudando, já que Felipe Dylon consegue não ser a catástrofe que todos imaginaram que seria, mas ainda está longe de ser regular. Grazi não traz nenhum brilho pra sua personagem e Tom, que poderia se destacar com boas tiradas, acabou parecendo que simplesmente leu o roteiro com má vontade. Realmene faltou emoção na dublagem do trio.


Tendo um orçamento de apenas US$ 10 milhões de dólares, o animado distribuído no Brasil pela PlayArte e feito na Coréia do Sul conta a história do peixe chamado Pê, que logo no começo do filme acaba ficando órfão, já que seus pais são capturadas por uma enorme rede humana. Então ele parte em busca de sua tia Perola que mora num recife e, para chegar lá, ele viaja em companhia de um grupo de golfinhos. Quando chega no recife, Pê conhece a famosa peixinha cor-de-rosa, Cordélia, por quem se apaixona. Ele só não sabe é que além de ser muito conhecida em todo o recife, ela é perseguida pelo perigoso tubarão, Troy, que também está interessado por ela. Para poder proteger Pê e todo o recife, Cordélia aceita ficar com Troy, mas Pê não vai perder seu grande amor assim sem fazer nada. Então ele se junta a um sábio mestre tartaruga para poder enfrentar o tubarão Troy e fazer com que o recife fique livre de uma vez por todas de sua ameaça.

O animado apresenta uma história fraca e cheia de clichês que já estamos acostumados a ver há anos em novelas mexicanas e brasileiras. Em nenhum momento as cenas conseguem surpreender o adulto ou a criança que assistem ao longa-metragem, por ser previsível demais e não inovar em nenhuma situação, tornando-se assim um filme morno. O fato de Pê ficar órfão e ter que procurar parentes em um lugar melhor, já é um exemplo bem batido de roteiro. Poderia citar diversos filmes que trazem essa temática, mas na hora que assistì lembrei de “Em Busca do Vale Encantado”, um excelente animado da década de 80 que usou sim um roteiro batido, mas conseguiu trazer inovações com isso.

Tanto os cenários como o visual dos personagens são muito deficientes, fazendo com que a pessoa que está assistindo ao filme às vezes confunda o animado com um jogo de videogame. Fazer comparações com a técnica e a arte de animação de estúdios mais conhecidos como Disney, Pixar, Fox e até mesmo a DreamWorks, é até desleal, já que os cenários e o visual são precários e os personagens parecem bexigas, em nenhum momento convencem ser reais como os peixes e animais marinhos de filmes como “A Pequena Sereia” (1989) dos estúdios Disney, “Procurando Nemo” (2003) da Pixar em parceria com a Disney e até mesmo “O Espanta Tubarões” (2004) da DreamWorks.

Falando em “Procurando Nemo” e “O Espanta Tubarões”, enquanto você assiste a “O Mar Não Está Prá Peixe”, você repara diversas cenas que lembram muito aos dois animados de sucesso. O fato de Pê querer lutar com o tubarão Troy faz com que as pessoas que assistiram a “O Espanta Tubarões” lembrem das confusões que Oscar aprontou tentando se fazer passar por um matador de tubarões. Já as cenas onde aparecem às medusas (ou águas-vivas) lembram demais as cenas onde Dory acaba se machucando ao encostar-se nos tentáculos das medusas. Vale lembrar que, para produzir o animado “Procurando Nemo”, a Pixar além de conhecer bem os peixes que viviam no local onde se passaria o animado, estudou também os comportamentos dos peixes para poder trazer o máximo de realismo para a sua animação, conseguindo entreter e passar conhecimento aos que assistem. Esse estudo que a Pixar fez não aconteceu para a produção de “O Mar Não Está Prá Peixe”, já que notamos que os personagens se queimam nas medusas ao encostar apenas na parte superior dela que aparenta ser gelatinosa, mas, de acordo com estudos, a única parte que pode ferir os peixes são os tentáculos, que tem células urticantes. Vale lembrar que as medusas usam seus tentáculos não só para se defenderem dos predadores, mas também para imobilizarem uma presa, como um pequeno peixe, para se alimentarem.

Outra coisa que foge da lógica é o amor entre o tubarão Troy e a peixinha Cordélia, mas por se tratar de um animado, isso acaba até passando, pois poderiam acabar jogando no caso de um amor impossível. A trilha sonora do filme em nenhum momento chama a atenção, não trazendo nenhuma canção cantada e nenhuma música instrumental que fique na memória, coisa que é raro de acontecer, já que desde o fim da década de 80 estamos acostumados por causa dos animados Disney a sair do cinema sempre cantarolando alguma canção, fato que hoje em dia até mesmo para o estúdio de Walt Disney vem perdendo, mas não totalmente.

O grande clímax do filme é a luta entre Pê e o tubarão Troy, mas para conseguir se preparar para a luta, o peixinho consegue arrumar um tipo de sábio professor, o Sr. Tortuga (uma velha tartaruga) que ensina a Pê que para ele vencer, não precisa ter força, mas sim, muita astúcia. Esses ensinamentos com certeza o fazem lembrar os que Daniel Larusso recebeu do mestre Sr. Myagi no clássico filme “Karatê Kid”, onde isso é mostrado claramente, e será lembrado na hora por quem acompanhou o filme da década de 80.

"O Mar Não Está Prá Peixe" é um animado fraquíssimo, parecendo mais um apanhado de diversos outros filmes sem trazer nada por si. A animação não diverte e causa cansaço, apesar de que algumas crianças podem simpatizar com a produção por causa do visual de videogame dos personagens, mas com certeza os pais que acompanharem a sessão com os filhos irão torcer para que o fim chegue logo.

NOTA: ZERO

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